sábado, 12 de novembro de 2016

Alice no Páis das Maravilhas

Alice's Adventures in Wonderland - Carroll, Robinson - S001 - Cover.jpg




Estava Alice no jardim a ouvir uma história que a sua irmã mais velha lhe contava quando, de repente, viu passar um coelho branco muito bem vestido e de luvas brancas!

Alice correu logo atrás dele mas rapidamente o coelho desapareceu pelo chão. Alice seguiu-o apressadamente e descobriu um buraco fundo junto a uma árvore onde o coelho desaparecera.

Deslizou cuidadosamente pelo buraco, estranhamente decorado, e quando chegou ao fundo deu com um corredor com várias portas fechadas. Numa ponta do corredor, Alice viu uma pequena mesa onde estava pousada uma chave dourada. Alice pegou na chave e tentou abrir, uma a uma, todas as portas daquele corredor. Quando já estava prestes a desistir, reparou numa pequenina porta, a um canto do corredor. Ao colocar a chave na fechadura, a porta abriu facilmente e através dela Alice viu um lindo jardim!Mas Alice era demasiado grande para passar por aquela pequena porta. Desapontada, fechou a porta e voltou a olhar à sua volta. Reparou que na mesa estava agora uma garrafa com um rótulo que dizia: ”Bebe-me”. Alice pegou na garrafa e bebeu. De repente começou a encolher, a encolher até ficar pequenina como um ratinho!


“Oh meu Deus!”, Disse a Alice, “Agora estou demasiado pequena para chegar à chave!…”. Enquanto tentava de alguma forma chegar ao topo da mesa, Alice bateu com o seu pé numa caixa de biscoitos que estava no chão. Nela estava escrita “come-me” e, sem pensar, Alice tirou um biscoito da caixa e comeu-o. Então começou a crescer, a crescer até ficar tão grande que a sua linda cabeça bateu rapidamente no teto!

“Agora tenho a chave”, choramingou, “mas estou outra vez demasiado grande para passar pela porta”. Sem pensar calçou uma luva que acabara de encontrar no chão e, inesperadamente, encolheu para o tamanho certo, conseguindo passar pela porta até chegar ao jardim!
Assim que chegou ao jardim, viu o coelho branco, a passar muito apressado. Alice correu atrás dele e perguntou: “Onde vais tão apressado?” Ao que o coelho respondeu: “Não tenho tempo para conversas. A rainha de copas está à minha espera!”. E partiu, correndo, antes que Alice o pudesse seguir. 

De repente, Alice ouviu uma voz que dizia: “O chapeleiro louco e a lebre de março é que te podem dizer… mas os dois são malucos!”.
Alice olhou à sua volta e só passado um instante é que viu aparecer primeiro um sorriso, a seguir uma cabeça e só depois um gato inteiro. Este disse sorrindo: “Eu sou o gato de Cheshire”.

A partir das informações que o gato deu a Alice, esta entrou na floresta, à procura da lebre de março e do chapeleiro louco. Ao encontrá-los, o chapeleiro louco e a lebre de março convidaram Alice a tomar um chá. Eles informaram Alice que tomavam chá todos os dias juntos por ordem da rainha de copas!

Alice decidiu então descobrir quem era a rainha de copas de quem toda a gente falava e temia.Durante o caminho, Alice encontrou algumas cartas de jogar que pintavam rosas brancas de vermelho. Alice perguntou: “O que é que estão a fazer?!”. E as cartas de jogar que afinal eram jardineiros, responderam: “A rainha de copas detesta branco!”. Antes que Alice pudesse perguntar mais alguma coisa ouviu o que parecia ser o barulho de uma grande festa a chegar…Era a rainha de copas com todos os seus criados! Ao ver Alice, a rainha ordenou furiosa: “tirem-lhe a cabeça imediatamente!”. Mas o rei murmurou: “Minha querida, talvez ela saiba jogar croquet…”. Então a rainha pensou por uns segundos e depois gritou: “Deem-lhe uma bola e um taco e vamos ver do que ela é capaz!”.


Alice pegou no taco e na bola mas viu logo que este não ia ser um jogo fácil de jogar. Os tacos eram flamingos cor-de-rosa que tentavam fugir e as bolas eram ouriços-cacheiros que, por não quererem ser batidos, não paravam quietos!
A rainha ao ver que Alice nãAlice muito aflita falou: “Majestade, a culpa não é minha. Os ouriços-cacheiros estão sempre a fugir e os flamingos sempre a voarem!”. Mas antes que Alice pudesse dizer mais alguma palavra, já se encontrava num tribunal rodeada do rei e da rainha de copas, juntamente com todos os habitantes do reino.
árvore do jardim da AliceAlice levantou-se para se defender mas de repente começou a crescer e a crescer, e tudo começou a girar à sua volta, tornando-se numa enorme confusão.

Alice abriu os olhos e viu, surpreendida, que estava novamente no jardim ao lado da sua irmã, e que esta lhe oferecia uma chávena de chá…
Alice pensou – Teria sido tudo um sonho?o conseguia jogar, ficou vermelha de raiva e gritou: “A menina não sabe jogar! Tirem-lhe a cabeça de uma vez!”.





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 é a obra infantil mais conhecida de Charles Lutwidge Dodgson, publicada a 4 de julho de 1865 sob o pseudônimo de Lewis Carroll. É uma das obras mais célebres do gênero literário nonsense.
O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas, revelando uma lógica do absurdo, característica dos sonhos. Este está repleto de alusões satíricas dirigidas tanto aos amigos como aos inimigos de Carroll, de paródias a poemas populares infantis ingleses ensinados no século XIX e também de referências linguísticas e matemáticas frequentemente através de enigmas que contribuíram para a sua popularidade. É assim uma obra de difícil interpretação pois contém dois livros num só texto: um para crianças e outro para adultos.
Este livro possui uma continuação Alice do Outro Lado do Espelho, e ambos influenciam ainda diversas obras como A Liga Extraordinária, de Alan Moore e Sandman, de Neil Gaiman.

Origem : A 4 julho de 1862, durante um passeio de barco pelo rio TâmisaCharles Lutwidge Dodgson, na companhia do seu amigo Robinson Duckworth, conta uma história de improviso para entreter as três irmãs Liddell (Loriny Charlotte, Edith Mary e Alice Pleasance Liddell). Eram filhas de Henry George Liddell, o vice-chanceler da Universidade de Oxford e decano da Christ Church, bem como director da escola de Westminster. A maior parte das aventuras foram baseadas e influenciadas em pessoas, situações e edifícios de Oxford e da Christ Church, por exemplo, o Buraco do Coelho (Rabbit Hole) simbolizava as escadas na parte de trás do salão principal na Christ Church. Acredita-se que uma escultura de um grifo e de um coelho presente na Catedral de Ripon, onde o pai de Carroll foi um membro, forneceu também inspiração para o conto.
Essa história imprevista deu origem, a 26 de Novembro de 1864, ao manuscrito de Alice Debaixo da Terra (título original Alice's Adventures Under Ground) com a finalidade de oferecer a Alice Pleasance Liddell a história transcrita para o papel.
Mais tarde, influenciado tanto pelos seus amigos como pelo seu mentor George MacDonald (também escritor de literatura infantil), decidiu publicar o livro e mudou a versão original, aumentando de 18 mil palavras para 35 mil, acrescentando notavelmente as cenas do Gato de Cheshire e do Chapeleiro Louco (ou Chapeleiro Maluco).
Deste modo, a 4 de Julho de 1865 (precisamente três anos após a viagem) a história de Dodgson foi publicada na forma como é conhecida hoje, com ilustrações de John Tenniel. Porém a tiragem inicial de dois mil exemplares foi removida das prateleiras devido a reclamações do ilustrador sobre a qualidade da impressão. A segunda tiragem, ostentando a data de 1866, ainda que tenha sido impressa em Dezembro de 1865, esgotou-se nas vendas rapidamente, tornando-se um grande sucesso, tendo sido lida por Oscar Wilde e pela rainha Vitória. Na vida do autor, o livro rendeu cerca de 180 mil cópias. Foi traduzida para mais de 125 línguas e só na língua inglesa teve mais de 100 edições.
Em 1998, a primeira impressão do livro (que fora rejeitada) foi leiloada por 1,5 milhão de dólares americanos.
Algumas impressões desta obra contêm tanto As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, como também a sua sequência Alice no Outro Lado do Espelho.

Simbolismo

O livro pode ser interpretado de várias maneiras. Uma das interpretações diz que a história representa a adolescência, com uma entrada súbita e inesperada (a queda na toca do coelho, iniciando a aventura), além das diversas mudanças de tamanho e a confusão que isso causa em Alice, ao ponto de ela dizer que não sabe mais quem é após tantas transformações (o que se identifica com a psicologia adolescente).



Depois de 150 anos, ainda amamos ler sobre (ou assistir) as curiosas aventuras da garotinha no País das Maravilhas. Alguma coisa nesse livro o tornou um clássico atemporal, uma história fascinante que alcançou um público muito maior do que as crianças do século 19.
Parte do motivo é que "Alice no País das Maravilhas" foi um ponto de virada na literatura infantil. Livros mais antigos e outras histórias para crianças tinham um foco na educação moral. A maioria dos livros estava lá para te ensinar como ser um bom garotinho ou uma boa garotinha, em vez de entreter e provocar a imaginação. Mas Lewis Carroll mudou tudo isso. Em vez de instruir a criança, Carroll centrou a sua narrativa em uma garotinha que dava broncas em adultos, em um mundo no qual tudo é confuso. Alice dá conselhos de boas maneiras e reprime os habitantes do País das Maravilhas por serem indelicados e loucos. Ela entende que adultos não são confiáveis, são ilógicos e, de certa forma, insanos. É uma reversão completa da maneira com que adultos e crianças eram retratados na literatura. 
O resultado é hilário: o humor irreverente do livro apela para a natureza anarquista da criança. Por exemplo, um verso bem conhecido e respeitado daquela época ganha uma paródia do chapeleiro louco. Ele recita: "Brilha, brilha morceguinho/ Brilha bem devagarinho / Desce, desce vem pousar cá/ No bule do meu chá" - alguém lembrou de 'brilha brilha estrelinha'? Como resposta, Alice acaba entregando uma versão cômica do poema 'The Old Man’s Comforts and How He Gained Them', de Robert Southe.
A história de Carroll faz piada com o sistema de educação vitoriano. Alice usa longas palavras que ela não compreende porque elas parecem importantes. Na escola, a Falsa Tartaruga diz que aprendeu 'diferentes galhos da aritmética' e 'ambição, distração, enfeiamento e escárnio'. Brincadeiras com palavras, humor, paródias e reversão de papéis são os ingredientes de livros infantis hoje graças à Carroll.O motivo pelo sucesso de Alice em várias partes do mundo é mais complexo, mas pode estar relacionado a percepções sobre a essência britânica do livro. O País das Maravilhas tem uma rainha, festas e chás, jogos de croquê e empregados domésticos. A visão nostálgica de uma sociedade vitoriana idealizada faz parte dessa atração. Mas, de forma mais intrigante, exista uma sugestão de que o livro tem seu lado obscuro. Foi sugerido, com frequência, que as comidas mágicas que Alice consome são uma alusão às drogas. Ela come cogumelos mágicos, afinal, enquanto conversa com uma lagarta que fuma. É uma intepretação da cultura pop, baseada na forma com que as sequências dos livros foram analisadas por gerações mais novas - notavelmente a cultura hippie dos anos 60 e 70.
Fim !
Grato : Gefferson José Rodrigues Junior


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