segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Patinho Feio - ( Hans Cristian Andersen )


                                                         PATINHO FEIO 
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O Patinho Feio 

(em dinamarquês Den grimme ælling) é um conto de fadas do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 11 de Novembro de 1843 em Nye Eventyr. Første Bind. Første Samling. 1844.


História

Um filhote de cisne é chocado no ninho de uma pata. Por ser diferente dos demais filhotes, o pobre é perseguido, ofendido e maltratado por todos os patos e outras aves.
Um dia, cansado de tanta humilhação, foge do ninho. Durante a sua jornada, ele para em vários lugares, mas é mal recebido em todos. Por fim, uma família de camponeses encontra o "patinho" feio e ajuda-o a superar o inverno.
Quando finalmente chega a primavera, a família devolve-o para o lago, onde ele abre as suas asas e se une a um majestoso bando de cisnes, sendo então reconhecido como o mais belo de todos.


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O Patinho feio


Mãe pata e os seus filhosERA UMA VEZ uma mamãe pata que teve 5 ovos. Ela esperava ansiosamente pelo dia em que os seus ovos quebrassem e deles nascessem os seus queridos filhos!

Quando esse dia chegou, os ovos da mamã pata começaram a abrir, um a um, e ela, alegremente, começou a saudar os seus novos patinhos. Mas o último ovo demorou mais a partir, e a mamã começou a ficar nervosa…

Finalmente, a casca quebrou e, para surpresa da mamã pata, de lá saiu um patinho muito diferente de todos os seus outros filhos.
- Este patinho feio não pode ser meu! Exclama a mamã pata.
- Alguém te pregou uma partida. Afirma a vizinha galinha.

Os dias passaram e, à medida que os patinhos cresciam, o patinho feio tornava-se cada vez mais diferente dos outros patinhos.
Cansado de ser gozado pelos seus irmãos e por todos os animais da quinta, o patinho feio decide partir.



Irmãos fazem pouco do patinho feioMesmo longe da quinta, o patinho não conseguiu paz, pois os seus irmãos perseguiam-no por todo o lago, gritando:
- És o pato mais feio que nós alguma vez vimos!
E, para onde quer que fosse, todos os animais que encontrava faziam troça dele.
- Que hei de eu fazer? Para onde hei de ir? O patinho sentia-se muito triste e abandonado.

Com a chegada do inverno, o patinho cansado e cheio de fome encontra uma casa e pensa:
- Talvez aqui encontre alguém que goste de mim! E assim foi.
O patinho passou o inverno aconchegadinho, numa casa quentinha e na companhia de quem gostava dele. Tudo teria corrido bem se não tivesse chegado a primavera e com ela, um gato malvado, que enganando os donos da casa, correu com o patinho para fora dali!
- Mais uma vez estou sozinho e infeliz… Suspirou o patinho feio.




O patinho feio descobre que é um cisneO patinho seguiu o seu caminho e, ao chegar a um grande lago, refugiou-se junto a uns juncos, e ali ficou durante vários dias.
Um dia, muito cedo, o patinho feio foi acordado por vozes de crianças.
- Olha! Um recém-chegado! Gritou uma das crianças. Todas as outras crianças davam gritos de alegria.
- E é tão bonito! Dizia outra.
Bonito?... De quem estarão a falar? Pensou o patinho feio.
De repente, o patinho feio viu que todos olhavam para ele e, ao ver o seu reflexo na água, viu um grande e elegante cisne.
- Oh!... Exclama o patinho admirado. Crianças e outros cisnes admiravam a sua beleza e cumprimentavam-no alegremente.

Afinal ele não era um patinho feio mas um belo e jovem cisne!
A partir desse dia, não houve mais tristezas, e o patinho feio que agora era um belo cisne, viveu feliz para sempre!






Agora em Versão de Contos : 


A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.
Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.
Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.
Tranqüilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.
Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!
— É grande e sem graça! — falou o peru.
— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas. 
O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação. 
Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia. 
A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.
O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.
Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam.
Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o suficiente.
Infelizmente, a fase tranqüila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os caçadores!
Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu se salvar, escondendo-se no meio da mata.
Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram os disparos, o patinho fugiu de lá. 
Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse.
Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num cantinho e logo dormiu.
Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.
Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente.
— Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte! 
Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.
Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo.
Caminhou, caminhou e achou um lugar tranqüilo perto de uma lagoa, onde parou.
Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento suficiente.
Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras e o vento esfriava cada vez mais.
Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.
Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram vôo, bem alto.
O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.
Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes. 
Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.
Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.
O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança.
Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo.
— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.
Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas. 
Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio. 
Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.
Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:
— Vamos fazê-lo voar! 
— Vamos escondê-lo em algum lugar!
Contos, fabulas e historinhas: O Patinho Feio
E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.
Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. br> A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.
Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.
Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.
Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca. 
Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.
Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.
O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.
— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.
Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranqüilamente na água.
— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.
E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.
— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação. 
Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!
Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade. 
Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.
O menorzinho disse, surpreso:
— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.
E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.
Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade.
Contos, fabulas e historinhas: O Patinho Feio





By  * Gefferson José Rodrigues Junior 





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O nascimento do 5 filho , todos os 4 filhos da pata nasceu igual aos irmãos e com  cores iguais , diz o conto que o 5 filho nasceu diferente e com cores diferentes a do seus irmãos. 







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A   Mamãe Pata vai passeando e curtindo a natureza com seus 5 filhos .






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Um dos maiores dramas femininos da adolescência é o síndrome do patinho feio. Esta, é uma daquelas coisas que quando nos assola, o melhor é esperar que passe por si só. Não há nada, nem ninguém que possa fazer algo por nós. A solução, tal como em muitos outros casos, tem sempre de partir de dentro e muitas vezes é um processo longo e demorado, que assenta numa construção sólida da autoestima.A história do Patinho Feio também mostra que mesmo no lar que recebe o bebê de forma mais amável e alegre possível, existe certo nível de hostilidade.

No conto original, o patinho ao sair de casa, interpreta todos os atos, que eram até benéficos, ou sem intenção, ou instintiva apenas, como ações agressivas contra ele. O Patinho então se sente uma vitima constante e paranóico. Ele pensa que sofre e que ninguém faz nada por ele.
Na infância esse sentimento é muito comum, no entanto, se esse sentimento de eterna vítima persiste na vida adulta, mostra um ego imaturo e que ainda é vitima de humores e emoções instintivas e primitivas.  A história do Patinho Feio também nos fala do problema ser diferente. Todo aquele que é diferente e que se destaca do “bando” acaba sofrendo bullying, assim como o patinho.






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O Patinho Feio é um conto de fadas escrito pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 11 de Novembro de 1843.
O conto trata da história de um filhote de cisne que foi chocado por uma pata. Sem saber de sua verdadeira identidade ele passa a ser hostilizado pela família e por outras aves. Após muita humilhação decide ir embora e durante essa jornada rumo a descoberta de sua identidade é também humilhado e mal recebido. Após o inverno ele vai nadar no lago quando se reúne com um bando de cisnes e é reconhecido o mais belo.
Hans Christian Andersen
Esse é um conto extremamente emocionante e que já foi adaptado em um curta metragem da Disney em 1939.
A história emociona a todos, pois mostra a busca de identidade e de pertencimento, algo que em determinado momento todos já sentiram em maior ou menor grau.
A empatia forte e duradoura causada por Patinho Feio é devido ao fato de traduzir muito bem a angústia infantil.
Em termos bem concretos e realistas, esse conto refere-se a uma criança falsamente apresentada como legítima. Mostrando a falta de adaptação à família e a sensação de insatisfação e não pertencimento, até o momento em que encontra a sua verdadeira família de origem. 
Mas crianças que são legítimas podem ter o mesmo sentimento de inadequação do patinho feio em sua família de origem.
Na animação da Disney, vemos claramente a angústia de uma criança mediante a separação dos pais. É extremamente comum a criança tomar para si a culpa pela separação. Assim como na animação, já vi em alguns casos clínicos a mãe literalmente culpar a criança pelos infortúnios, pela sobrecarga de responsabilidade e por ter que sustentar a casa sozinha, após a separação. Isso gera uma alienação semelhante a do Patinho Feio.
Mas mesmo que não ocorra a separação em um nível mais sutil e simbólico o Patinho Feio age, em maior ou menor grau, na experiência de toda mãe e filho.
Corso (2006), fala da fantasia que ocorre entre o feto que se avoluma no ventre materno e o bebê que é entregue nos braços da mãe. Há sempre uma espécie de decepção (seja ela sutil ou não), após a expectativa criada pela mãe em relação ao seu bebê. 
Esse vínculo que existia entre a mãe e o feto na barriga agora precisa ser reconstruído fora e mediante a aceitação do bebê como ele é. Até porque, a mulher também precisa se reconhecer no papel de mãe.
A história do Patinho Feio também mostra que mesmo no lar que recebe o bebê de forma mais amável e alegre possível, existe certo nível de hostilidade.
No conto original, o patinho ao sair de casa, interpreta todos os atos, que eram até benéficos, ou sem intenção, ou instintiva apenas, como ações agressivas contra ele. O Patinho então se sente uma vitima constante e paranóico. Ele pensa que sofre e que ninguém faz nada por ele.
Na infância esse sentimento é muito comum, no entanto, se esse sentimento de eterna vítima persiste na vida adulta, mostra um ego imaturo e que ainda é vitima de humores e emoções instintivas e primitivas.
A história do Patinho Feio também nos fala do problema ser diferente. Todo aquele que é diferente e que se destaca do “bando” acaba sofrendo bullying, assim como o patinho.
No entanto, apesar de termos um substrato comum, que Carl Jung denominou inconsciente coletivo, somos seres distintos um dos outros. Apesar de todos termos um nariz, dois olhos e uma boca, não existe um rosto igual ao outro. 
E conforme Carl Jung (2008), a busca da individualidade (que é o tema do conto), é uma tendência ou sentido de desenvolvimento, que se separa de uma dada coletividade. E esse desenvolvimento da personalidade é simultaneamente um desenvolvimento da sociedade. A repressão da individualidade pela predominância de ideias de organizações coletivas significa a decadência moral da sociedade.
Então o conto mostra, em um nível simbólico, não só o desenvolvimento da individualidade do patinho, mas também de uma família e uma sociedade.
Ao final do conto, o Patinho se descobre um belo cisne e encontra o seu grupo e uma mãe e irmãos que o aceita.
Ele não só descobriu seus dons bem como passou a ser aceito. Ele encontrou seus semelhantes. Na verdade, ele transformou o seu entorno e a sua família. Por isso, a descoberta de sua individualidade, também mobiliza os outros nessa descoberta.
Outra coisa importante é o símbolo do pato. O pato é um animal fronteiriço, ele vive tanto na água quanto na terra. Ele é, por isso, um mediador entre os dois mundos: consciente e inconsciente. 
O cisne é um animal que simboliza a fidelidade, a origem da vida e dos seres humanos, alternando entre o elemento feminino fecundado ou o elemento masculino fecundador.
Portanto, podemos observar no conto O Patinho Feio o processo de individuação e o encontro com a totalidade, representada pelo cisne. Já que ele sintetiza as duas luzes, solar e lunar, se mostrando um ser andrógino.
E essa é a meta do processo de individuação: o equilíbrio dessas duas luzes, dessas duas forças: masculina e feminina. 
É claro que essa pequena análise não alcança a profundidade do conto. Cada vez que se lê um conto de fadas mais detalhes aparecem. No entanto, podemos sentir e conhecer, com o Patinho Feio o caminho para a solução da angústia. Ele mostra que nada se pode fazer sem um esforço, e que não se pode progredir sem passar pela noite escura da alma e sem encarar seus medos. Só assim é possível encontrar nosso valor interno e renascer. 



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